domingo, 31 de janeiro de 2010

Uma História de Espelhos, Lipograma


Um felino feminino com nome de flor, no espelho, vê os seus predecessores: um ser com super poderes que perdeu o seu instrumento de feitiço, um forte intruso  com pulso de ferro e um descendente de rei, mulher, triste com o seu destino. O ser felino, no seu trono morrinhento, sente-se um estorvo: ninguém o entende e por isso só quer comer pombo com gosto de sol. Felizmente, depois de muitos feitos, o felino ser percebe que todos nós temos estorvos, o que é preciso é viver contente.

Turma Rede 7.º F e 7.º E
Ana Teresa, Diogo, Joana (7.ºE)
Diogo, Rúben, Rui, Tatiana (7.ºF)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Cadáver Esquisito a partir de uma História de Espelhos, por Teresa, Joana e Diogo do 7.º E

O Pirata é azul
Papoila é rosa
A gata não é preta nem branca

O espelho serve para ver como estamos bonitos
O espelho serve para ver o nosso reflexo.
O espelho serve para nos vermos.

È no seu espelho que ela se vê como é.
É no seu espelho que vê os seus antepassados.
Uma princesa, uma fada e um pirata...

Pirata corajoso, forte e esperto.
Castanho era a cor de papoila: um castanho muito brilhante e claro...
Os três discutiam e ela ficava a ver.

Quem me dera encontrar a minha varinha mágica....

A Azul o Diogo.
A Rosa Choque a Joana.
E em Roxo a Teresa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Papoila...

A
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Conto envernizado | Denise, Inês Isabel, Cláudia. - 7.ºD

Era a terceira vez que aquele verniz encarnado e brilhante e aquela unha bem limada, se encontravam esteticista. Um verniz masculino, charmoso, sedutor, habituado a brilhar nas unhas mais belas das redondezas, e era uma unha jovem, educada, tímida, pouco conhecedora das maquilhagens da vida, ao contrário do verniz fanático por filmes de gloss e eyeliner...

O verniz gostou dessa situação: os dois sozinhos. O pincel cheio de verniz espalhou-se delicadamente pela unha. As outras unhas começavam a sentir algum ciúme daquela relação tão próxima... Mas o verniz não chegava para todas. O corta-unhas não aguentou a situação e combinou um plano com a acetona. Combinaram que a acetona teria de limpar todo o verniz daquela unha, para evitar problemas maiores.
Foi fácil, a acetona seduziu o algodão e este atacou a bela unha, que assim ficou deslavada, desconsolada, amargurada.

Denise, Inês Isabel, Cláudia. - 7.ºD

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

a partir de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes

As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes



O nome da viúva é Armanda, que queria arranjar dinheiro para concretizar o sonho das suas filhas…
Armanda pensou, pensou, mas não conseguia arranjar solução, a única solução que ela via era matar o seu marido para ficar com uma boa herança, que este havia escondido da sua esposa, porque a Armanda era muito vaidosa e andava sempre a gastar nas feiras e nos saldos, por isso mesmo o seu marido que escondeu que tinha essa herança.
Até que houve um dia que a Armanda lhe deu comida com veneno. Nesse mesmo dia, o senhor começou a sentir-se muito mal, e a mulher a fazer-se de vítima estava a chorar. O médico veio dar a notícia que o marido de Armanda tinha falecido mas que estava a fazer a autópsia para ver realmente a causa da morte.
Entretanto, chegou a família do marido da Armanda para dar os sentimentos à mesma, pensando eles que ela era inocente.
A Armanda muito preocupada que descobrissem que foi ela que o matou, disse aos familiares que tinha que ir embora porque as suas filhas estavam em casa sozinhas à sua espera. De seguida o médico ligou para a Armanda a dizer que ela tinha que ir lá urgentemente!
Armanda ao chegar ao hospital viu tantos polícias e então desviou caminho e fugiu. O médico na janela do hospital viu-a a fugir e foi atrás dela. Quando a conseguiu apanhar ligou para a polícia.
Armanda então foi presa e as suas filhas ficaram com a sua tia Madalena que lhes realizou os seus sonhos, que tanto ansiavam… A mais velha dizia que queria uma viola azul, mas ela e a irmã tinham um segredo… A viola azul era apenas um código… Viola azul era morte à mãe! E de facto a mãe não morreu, mas foi presa e condenada a prisão perpétua… E no fundo era a mesma coisa! Foi triste que o seu pai tenha falecido… Essa dor jamais iriam conseguir apagar dos seus corações!


7º A
Soraia Lopes, João Braga, Bruno Silva e Soraia Vieira.


Passados alguns dias, já a Polícia tinha descoberto como o homem tinha morrido. A conclusão a que a polícia chegou era simples: a mulher do falecido tinha um amante, que era carteiro e era também o vizinho da frente. O amante tinha uma encomenda para a sua amada; o carteiro tinha imensos ciúmes e estava furioso de ver a sua amada, com o marido. Foi então que resolveu, na altura da entrega da encomenda, quando o marido vinha assinar o aviso de recepção, que o carteiro tirou uma navalha do bolso e tentou dar-lhe um golpe no pescoço. O senhor como estava em pânico, foi até à janela, pedir ajuda e o amante, empurrou-o da janela e este caiu… O amante/carteiro, como ficou assustado, chamou uma ambulância, isto para fazer-se de despercebido… O marido não aguentou e morreu.
Esta foi a conclusão a que a polícia chegou… Tudo graças a uma vizinha prestável, que havia observado tudo da sua janela!

Bárbara Sequeira, nº 3
Hugo Carvalhais, nº 8
Hugo Santos, nº 7
Isabel David, nº 10

CSI CERCO

Um dia, o homem da vendedora descobriu que esta o traía com o lixeiro. Alguns dias mais tarde, a mulher descobriu que o homem sabia que ela o andava a trair. Por isso, a mulher e o amante, o lixeiro, queriam fazer desaparecer o marido. Quando anoiteceu… A mulher, servia o jantar, e sem o marido reparar colocou-lhe veneno na comida. O marido, após a refeição, começou a sentir-se um pouco maldisposto. Depois de tanto vomitar, acabou por falecer.
Quando a mulher deu conta que o seu marido estava já morto, arrastou-o até à cozinha e cortou-o às postas e meteu-o dentro de uma saca plástica. Então, depois de arrumar a cozinha, foi levar o lixo ao contentor e levou a dita saca, juntamente com outras.
Quando os lixeiros vieram recolher o lixo, o José, seu amante, fez imensa questão de recolher o lixo daquela casa, a casa da sua amante. Ao pegar nas sacas do lixo reparou que uma delas estava bastante pesada… Questionou a mulher sobre o facto, e esta respondeu-lhe baixinho: É o corpo do meu marido… Já o despachei…
O lixeiro entrou em pânico, mas acabou por deixar passar…
Alguns meses depois, descobriu-se que a mulher matou mesmo o seu marido e esta foi condenada à morte. As suas duas filhas ficaram com toda a herança.
A propósito! O homem enterrado no quintal era o pai da mulher… Esta também o matou quando era mais nova…


Cecília nº6
Artur, nº11
Joaquim, nº 14

a partir de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes

a partir de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes

Vendia peixe na rua. Gelados quando havia tempo para os fazer. Vendia frescura para um Inverno que se imaginava quente. Raquel, à espera do autocarro, ouvia-a: dizia, que gostava de esperar, e que a espera a resguardava do sol, protegendo os gelados e os peixes do sol. Tinha um nome e um sorriso, a mulher que todos os dias esperava. Vestida de branco, a pele e os olhos claros fundiam-se na sombra. Sem se saber onde ela terminava e a sua diversão começava.
Vendo chegar o autocarro, levava a mão à cara, para a limpar, em busca de fresco. O calor fazia-a sentir o corpo pesado. A alma pesada, dizia, ao abrir as palavras: “No mar há várias belezas… Há rochas, pescadores, barcos, sereias, tubarões, baleias, peixes, algumas gaivotas, estrelas-do-mar, entre outros… Mas também há lixo.” A filha mais velha (que não trabalhava) fazia anos daí a dois dias. Queria uma estrela-do-mar. Uma estrela-do-mar amarela, que corre nas águas frias do mar. Mas naquele Verão ninguém ficava em casa; alguns preferiam ir para a areia fina da praia ou ver os corais que ficam nas superfícies da Afurada.
Sentada no autocarro, num banco quente - contava histórias de meninices antigas – em que os meninos brincavam à beira da nascente, ali perto. A casa onde vivia seria vendida: haveria sempre estrelas para dar à filha. O marido que morrera de imprevisto, nunca era tocado. Também ele tivera nome mas, pela boca da viúva, era tão-somente conhecido como o morto. O seu morto. Aquele que enterrara no quintal da sua casa, junto ao lindo limoeiro.
Custava-lhe vender a casa: dizia-o, com pesar. Até os mortos se vendem.

Nádia Monteiro, nº13, 7ºA


Vendia quadros de sereias, baleias, nascentes, estrelas-do-mar, corais, barcos e algas. Nessa rua onde vendia, à minha beira, havia um caixote do lixo, muitas rochas e areia. Esse sítio onde vendia, não era de agrado.
Catarina, à espera do autocarro, ouvia-a: dizia que gostava de esperar, que a espera a resguardava da chuva, protegendo os seus quadros por vender. Vestida de branco, o seu casaco tinha desenhos de peixes, gaivotas e de água; a pele e os olhos claros fundiam-se na sombra. Sem se saber onde ela terminava e a sua viuvez começava.
Vendo chegar o autocarro, levava aos bolsos as mãos naufragadas, em busca de consolo. Vazios, faziam-na sentir o corpo pesado. A alma pesada, como um tubarão, dizia, ao abrir as palavras para que delas saíssem luz. A filha mais velha, que não vendia quadros, faria anos daí a dois dias. Queria uma viola. Queria uma viola azul para cantar à noite, na Afurada. Mas naquele Inverno, ninguém parava na rua para comprar calor à viúva.
Sentada no autocarro, num banco frio, contava histórias sobre pescadores e meninas antigos, embalando com o olhar, uma tristeza doce. A casa onde vivia seria vendida: haveria sempre violas para dar às filhas. O marido, morrera de imprevisto, nunca era tocado. Também ele tivera nome, mas pela boca da viúva, era tão-somente conhecido como o morto. O seu morto. Aquele que enterrara no quintal de sua casa, junto ao limoeiro.
Custava-lhe vender a casa; dizia-o com pesar. Até os mortos se vendem.

Ricardo, nº15, 7º B

domingo, 17 de janeiro de 2010

Conto Spray | Hugo Sousa e Filipe Machado, 7.ºC



Era a terceira vez que a lata e a parede se encontravam na casa do monte,. Era uma lata masculina, forte uma cap level 9, e ela, a parede era novinha, intacta, pronta a ser vandalizada.
A lata era bem conhecedora de todos os recantos da cidade. A lata gostou desta situação: os dois sozinhos, num lugar isolado, sem ninguém ter hipótese de chamar a polícia, e sem perder essa oportunidade começou a pintar a parede.
Quando a parede estava bem colorida, sem ninguém poder estragar o trow up, a chuva começou a insinuar-se: primeiro devagar depois violentamente. Felizmente, paredes não faltam....
Hugo Sousa  nº9  e Filipe Machado  nº11, 7.C


sábado, 16 de janeiro de 2010

Conto Escolar | Tatiana - 7.C

Conto Escolar | Tatiana - 7.C
        
Era a terceira vez que o apagador e a caneta se encontravam  no quadro. Um apagador macho, com aspecto limpo , com alguns anos bem vividos na escola. A caneta , com uma escrita suave , nova , brilhante. Era simpática , amiga ao contrário dele: com todos os vícios de apagador, pouco  ingénuo e já com grandes apagadelas.
      O apagador gostou da situaçao em que os dois se encontravam , numa sala,os dois juntos depois de uma aula. Sem perder tempo o apagador começou a insinuar-se e a tentar convencer , a caneta a dar um riscos atrevidos. A situação estava a correr bem , porém a campainha toca e acabou o curto  diálogo  entre riscos e apagadelas.  Mas desta vez, depois da aula , a caneta e o apagador  ficaram um num quadro e outro no outro .Nenhum deles abriu a boca estiveram quase o dia todo sem conseguirem comunicar....
     De repente o apagador ganha coragem e  decide falar com ela. A  conversa prolongou-se por muito tempo, até que chegaram uma conclusão: os dois poderiam partilhar o mesmo quadro nas  aulas que ai se aproximavam.

Tatiana Oliveira, 7ºD

Conto Pintado | Sílvia, Joana e Cláudia 7ºC

 Conto Pintado | Sílvia, Joana e Cláudia  7ºC
 

Era a terceira vez que aquele pincel e aquela tinta se encontravam na paleta. Um pincel masculino, com um aspecto viril, com alguns meses bem vividos pelas paredes da vida. E a tinta era bem garrida, feminina, rosa-choque, mas com um maravilhoso brilho. Era timida, forte, muito atraente , enquanto ele era  era muito activo, com um ar elegante e muito corajoso.
O pincel gostou dessa situação: os dois numa tela, sem  ninguém esborratar nem atrapalhar. E sem perder essa oportunidade começou a pintar.
A tinta deixou a paleta de parte e permitiu esse pequeno momento colorido. De repente a tinta acaba e o pincel fica só. Muito triste e deprimido, deixou cair uma lágrima rosa-choque sobre a paleta e a forte tinta ganhou vida. Depois desse momento o pincel e a tinta recomeçaram uma vida cheia de cor pelo mundo fora.
 
Sílvia, Joana e Cláudia  7ºC

Conto Penteado | Maria e Sónia, 7.E


      Conto Penteado | Maria e Sónia, 7.E

       Era a primeira vez que se encontravam no salão de beleza. A escova tinha vindo da fábrica e o champô do supermercado.
      A escova tinha muita ambição, pois a sua família já penteara as mais importantes das celebridades a nível mundial, tais como Paris Hilton, Beyonce e até o rei da Pop já tinham penteado.
O champô sentia-se descontente, pois de todas as marcas “importantes” de champô, ele era da marca do supermercado. Sentia-se humilhado, pois o seu cheiro era o menos agradável e causava muita caspa nas pessoas.

         Bem, voltando à história, enquanto o dono do salão tirava a escova da embalagem apercebeu-se de que esta estava  danificada. A escova sentia muitas emoções, pois. por um lado,  queria conhecer o champô e estar na melhor prateleira do salão, mas por outro lado queria pentear várias pessoas.
O dono “juntou-os” na prateleira principal. Ambos dfcaram a conhecer-se e conversaram, até que se apaixonaram e até se  esqueceram que iam passar o resto da  vida na prateleira.
Vviveram fechados e cheios de pó, mas, apesar de tudo,  felizes para sempre, como nas histórias.

Maria Margarida e Sónia, 7.E

As mãos ensanguentadas | 7.º A

As mãos ensanguentadas
(inspirados em Beatriz Hierro Lopes)


Aterrorizava os amigos nas ruas. Pessoas, quando havia tempo para amedrontar. Vendia desencanto para um Halloween que se imaginava medonho. Eduardo, à espera das vítimas, ouvia-o: dizia, que gostava de matar, que a morte o encantava muito, atacando os amigos e as pessoas que por ali passavam. Tinha uma foice e uma motosserra, o homem que todas as noites esperava. Vestido de negro, os dentes afiados e os olhos encarnados fundiam-se na escuridão. Sem se saber como a caçada começava e a vida acabava.

         Vendo chegar a vítima, levava à foice as mãos ensanguentadas, em busca de prazer. Vazias, faziam-no sentir o corpo cansado. A alma endiabrada, dizia, ao abrir os corpos para que deles saísse sangue. A vítima mais recente (que não falava) faria anos daí a dois dias. Queria paz e sossego. Paz e sossego para descansar à noite. Mas naquela noite ninguém andava na rua para se protegerem do psicopata à solta.

         Sentado num telhado, num telhado frio, pensava em histórias – de terror antigas – embalando com o olhar o sangue a fervilhar. A casa onde se refugiava seria atacada: haveria sempre utensílios para chacinar as vítimas.  A vítima, que morrera há pouco, nunca seria descoberta. Também ela tivera nome, mas pela boca do assassino, era tão-somente conhecida como mais uma vítima.  A sua última vítima. Aquela que deixara enterrada, no quintal da sua casa escura, junto ao cipreste.

Custava-lhe enterrar: dizia-o com o olhar. Até os animais se enterram.


7.º A | Prof. Armanda Costa

Oficina de escrita

 Na aula de Língua Portuguesa, fizemos alguns pastiches do seguinte conto de Fernando Veríssimo:

Conto Gramatical


Era a terceira vez que aquele nome e aquele artigo se encontravam no elevador.Um nome masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingénua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito subentendido, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O nome gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a insinuar-se, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: óptimo, pensou o nome, mais um bom motivo para provocar alguns sinónimos.Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do nome. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram a conversar, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a insinuar-se. Começaram a aproximar-se e abraçaram-se, numa pontuação tão minúscula, que nem uma frase simples passaria entre os dois. Entretanto a porta abriu-se repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjectivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e frases exclamativas. O nome, vendo que poderia transformar-se num artigo indefinido depois dessa, pensando no seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar, atirou-o pela janela.
Agora, quem coloca ponto final sou eu. Ou melhor: coloco dois. Um, é para não perder a mania. Outro, é porque isso é um conto rápido, e não uma oração subordinada completiva.
(texto adaptado a partir de um conto de Fernando Veríssimo)


Conto Culinário  


    Era a terceira vez que aquela  faca e aquele o garfo se encontravam ao jantar, mas este era especial, era um jantar à luz das velas...
  Depois da digestão, era a vez do primeiro banho juntos... Ao entrarem no lavatório da banca o cano, entupiu e a banca encheu, ouviam-se os gritos, salve-se quem poder... mas quase a sussurrar no meio daquela confusão toda, ouvia-se a faca a gritar, SOCORRO, eu não sei nadar..
      O garfo ao ouvir aquela voz foi atrás da faca, mas já era tarde, o cano já tinha engolido faca.
A colher dizia ao garfo: "Já é tarde, SALVA-TE  A TI." O garfo não "ligou", entrou no cano, e salvou a faca. Aao saírem do cano só  queriam divertir-se e foram para a  BHM, a festa na gaveta estava animada, quando lá entraram, as tigelas saltavam, as colheres gritavam. E eles viveram felizes para sempre.

Bruno Miguel, Hugo Lima, Márcio Filipe, 7.D (texto digitalizado pela Denise)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Oficina de escrita...

- Pai, eu quero ser emancipada! Não me quero casar com a pessoa que tu escolhes para mim, mas sim com a pessoa que amo. E quero ter um emprego e ser independente!

Sílvia e Joana 7ºC
 



Pai, eu tenho que te dizer uma coisa, que me vai custar a dizer, mas tem mesmo de ser: eu não vou cumprir as tuas ordens, porque hoje, com a gata Papoila aprendi uma lição, aprendi a importância da liberdade e da independência. Eu vou casar com quem goste de mim e de quem eu goste e vou ter o meu próprio emprego, por muito que isso te custe. Este é o meu grande sonho.


Bruna, n.º4; Bruna, nº5, Maria n.º 12, 7.ºC

Ainda a Princesa Aurora de Uma História de Espelhos, de Ana Luísa Amaral



Pai, peço muita desculpa, mas vou fazer o que queres, quero ter a minha liberdade!!! Não vou casar com quem queres, sou eu que escolho de quem gosto (se nós pudéssemos  escolher de quem gostamos...): é o meu coração que manda. Quero casar com a pessoa que amo. Chega de seres tu a escolher por mim, a mandares em mim. Eu tenho direito a escolher,
Patrícia e Ana Raquel,  7.ºC

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A propósito de Uma história de espelhos...




Um possível diálogo entre a Princesa Aurora e o Rei, seu pai...


AURORA:    Pai, sei que segundo a tradição todas as princesas casam com os príncipes e vivem felizes para sempre, mas eu não  estou de acordo com isso: eu sou livre e posso decidir com eu quero viver a minha vida.
 
   PAI:   Mas isso é uma tragédia ,a nossa tradição   prolonga há anos, há séculos, há milénios!  E tu agora chegas aqui e queres mudar isto tudo de um momento para o outro ?
 
  AURORA:     Pai ,sabes que eu sempre adorei computadores e que o meu sonho e ser técnica de informática compreende o que sinto. Quero ter uma profissão.
 
   PAI :  Filha,mas tu não podes chegar aqui e mudar a  tradição, isso seria uma vergonha para a nossa família, e eu não te perdoaria nunca.
 
 
  Tatiana Oliveira, nº19, 7ºD

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Uma história de espelhos, de Ana Luísa Amaral



Pai, compreendo que segundo a real tradição, os pais é que escolhem os noivos para suas filhas, não é habitual as princesas terem emprego. Mas isto tem de mudar: todos temos o direito ao livre arbítrio. Eu quero escolher o meu próprio caminho!
Não quero ser mais uma ”dondoca”. Eu sou a Aurora, uma princesa do séc. XXI.”

Denise e Inês Isabel , 7.ºD

Pai, já estou farta de seres tu que escolhes tudo na minha vida: os meus amigos, o meu namorado, o meu noivo. Quantos anos pensas que eu tenho? Sete anos? Eu já tenho 18 anos e não sou propriamente uma criança, todas as minhas amigas podem escolher os namorados delas e eu, quando estou com elas, até me sinto mal. Tratas-me assim por ser um princesa?
Eu é que sei com quem eu vou namorar ou casar, e não estou muito incomodada com a tua opinião…

Iara Garcia e Inês Oliveira, 7.ºD


Pai, peço imensa desculpa, mas não vou cumprir a tua vontade.
Quero ter o meu próprio emprego e quero-me casar com a pessoa que amo, e não com a pessoa que tu queres. Espero que compreendas. Estamos no séc.XXI, e eu quero construir o meu próprio futuro e quero que te orgulhes de mim, Aurora, a princesa emancipada!

Renata Talento, 7.ºC

domingo, 10 de janeiro de 2010

As mãos naufragadas | Oficina de escrita






O marido, ao ver que não conseguia arranjar dinheiro para a família, mesmo que se matasse a trabalhar, decidiu suicidar-se. Contou à mulher, mas ela não acreditou. No dia seguinte, ela não encontrou o marido, mas um bilhete que dizia o seguinte: “deixei-vos porque não aguentei mais, porque não consigo dar-vos uma vida boa, espero que compreendam, mas sempre  que te lembrares de mim, vem até ao quintal, junto do limoeiro. Estarei lá para tomar conta de vocês.”
 Tatiana, nº 19, 7.ºD

Oficina de Escrita a partir de Mãos Naufragadas...



 As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes


Armanda, a viúva, queria arranjar dinheiro para concretizar o sonho das suas filhas…
           Armanda pensou, pensou, mas não conseguia arranjar solução, a única solução que ela via era matar o seu marido para ficar com uma boa herança, que este havia escondido da sua esposa, porque a Armanda era muito vaidosa e andava sempre a gastar nas feiras e nos saldos, por isso mesmo o seu marido que escondeu-lhe essa herança.
        Até que houve um dia que a Armanda o envenenou. Nesse mesmo dia, o senhor começou a sentir-se muito mal e a mulher,   fazendo-se de vitimam chorava. O médico veio dar a notícia de que o marido de Armanda tinha falecido,  mas que estava ir a aia fazer a autópsia para saber qual a verdadeira  da causa da morte.
Entretanto, chegou a família do marido da Armanda para dar os sentimentos à mesma, pensando eles que ela era inocente. 
        A Armanda muito preocupada que descobrissem que foi ela que o matou, disse aos familiares que tinha que ir embora porque as suas filhas estavam em casa sozinhas à sua espera. De seguida,  o médico ligou para a Armanda a dizer que ela tinha que ir lá urgentemente. Armanda ao chegar ao hospital viu tantos polícias e então desviou caminho e fugiu. O médico na janela do hospital viu-a a fugir e foi atrás dela. Quando a conseguiu apanhar ligou para a polícia.
Armanda então foi presa e as suas filhas ficaram com a sua tia Madalena que lhes realizou os seus sonhos, que tanto ansiavam… A mais velha dizia que queria uma viola azul, mas ela e a irmã tinham um segredo… A viola azul era apenas um código… Viola azul era morte à mãe! E de facto a mãe não morreu, mas foi presa e condenada a prisão perpétua… E no fundo era a mesma coisa! Foi triste que o seu pai tivesse falecido… Essa dor jamais iriam conseguir apagar dos seus corações!
7º A

Soraia Lopes, João Braga, Bruno Silva e Soraia Vieira.



Passados alguns dias, já a Polícia tinha descoberto como o homem tinha morrido. A conclusão a que a polícia chegou era simples: a mulher do falecido tinha um amante, que era carteiro e era também o vizinho da frente. O amante tinha uma encomenda para a sua amada; o carteiro tinha imensos ciúmes e estava furioso de ver a sua amada, com o marido. Foi então que resolveu, na altura da entrega da encomenda, quando o marido vinha assinar o aviso de recepção, que o carteiro tirou uma navalha do bolso e tentou dar-lhe um golpe no pescoço. O senhor como estava em pânico, foi até à janela, pedir ajuda e o amante, empurrou-o da janela e este caiu… O amante/carteiro, como ficou assustado, chamou uma ambulância, isto para fazer-se de despercebido… O marido não aguentou e morreu.
Esta foi a conclusão a que a polícia chegou… Tudo graças a uma vizinha prestável, que havia observado tudo da sua janela!

Bárbara Sequeira, nº 3, Hugo Carvalhais, nº 8,  Hugo Santos, nº 7, Isabel David, nº 10

CSI CERCO


Um dia, o homem da vendedora descobriu que esta o traía com o lixeiro. Alguns dias mais tarde, a mulher descobriu que o homem sabia que ela o andava a trair. Por isso, a mulher e o amante, o lixeiro, queriam fazer desaparecer o marido. Quando anoiteceu… A mulher, servia o jantar, e sem o marido reparar colocou-lhe veneno na comida. O marido, após a refeição, começou a sentir-se um pouco maldisposto. Depois de tanto vomitar, acabou por falecer.
Quando a mulher deu conta que o seu marido estava já morto, arrastou-o até à cozinha e cortou-o às postas e meteu-o dentro de uma saca plástica. Então, depois de arrumar a cozinha, foi levar o lixo ao contentor e levou a dita saca, juntamente com outras.
Quando os lixeiros vieram recolher o lixo, o José, seu amante, fez imensa questão de recolher o lixo daquela casa, a casa da sua amante. Ao pegar nas sacas do lixo reparou que uma delas estava bastante pesada… Questionou a mulher sobre o facto, e esta respondeu-lhe baixinho: É o corpo do meu marido… Já o despachei…
O lixeiro entrou em pânico, mas acabou por deixar passar…
Alguns meses depois, descobriu-se que a mulher matou mesmo o seu marido e esta foi condenada à morte. As suas duas filhas ficaram com toda a herança.
A propósito,  o homem enterrado no quintal era o pai da mulher… Esta também o matou quando era mais nova…



Cecília nº6, Artur, nº11, Joaquim, nº 14
  
Depois de viverem assim muito tempo, lá houve dinheiro para comprar a viola para a sua filha. A viola foi adquirida na loja “Fá, dó, sol, ré, lá, mi, si” (Frade ao sol reza a missinha), que todos sabiam ser uma fachada para negócios obscuros. Na boca da viola estava escondida droga… Para a esconder, a filha, pô-la no seu quarto , pois ninguém lá entraria… Como a casa estava à venda, houve um belo dia em que um potencial comprador veio ver como era a casa., mas as filhas da mulher não sabiam desta visita. O potencial comprador, ao ver o quarto da filha mais velha, reparou na viola e consequentemente na droga que estava lá escondida. De imediato declararam à polícia tudo o que tinham descoberto. A polícia de imediato efectuou uma busca à casa e encontraram de facto a droga. A filha mais velha foi presa e passados dois dias foi interrogada. Perguntaram-lhe como tinha arranjado dinheiro para o produto. Esta admitiu que tinha roubado o seu pai e este quando descobriu ela matou-o e enterrou-o no quintal.

Sofia Salgado, nº18, Bárbara Monteiro, nº 2

  
No dia 1 de Janeiro de 1997, morreu o meu adorado marido, numa festa de trabalho. Eu não sei como isto tudo se sucedeu, contudo tive a grande ajuda da Polícia Judiciária.
A polícia disse-me apenas que o meu marido foi assassinado com uma bebida e veneno de rato. Sofro, todos os dias, pensando que quem o matou anda por aí à solta.
Entretanto, chegou a Polícia a minha casa e contou-me o seguinte:
- Como sabe, o seu marido foi morto com veneno de rato, misturado na bebida; morreu ao pé da casa de banho e o assassino transportou-o para aquela divisão. De seguida, quando a festa terminou, levou-o para casa no carro do próprio morto. Seguidamente, enterrou o morto ao pé do limoeiro do quintal, não deixando quase suspeitas algumas.
No entanto, a polícia fez o seu trabalho e descobriu que quem o matou foi o seu colega de trabalho, que tinhas muitos ciúmes por o seu marido ser melhor que ele.
Ora bem, eu fiquei chocada!!!
A polícia agradeceu-me, porque eu e a minha família contamos-lhes que o nosso cão andava sempre ao pé do limoeiro a farejar… Assim descobrimos que o meu marido estava lá enterrado. Por fim a Polícia foi-se embora e nós ficamos a chorar a morte do meu marido!

Ana Ribeiro, nº1, Carlos Santos, nº5, Renata Castelo, nº17, João Barbosa, nº13, Mónica Coelho, nº 15

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

As mãos naufragadas | Beatriz Hierro Lopes






As mãos naufragadas | Beatriz Hierro Lopes

Vendia luvas na rua. Cachecóis, quando havia tempo para os tricotar. Vendia calor para um Natal que se imaginava quente. Catarina, à espera do autocarro, ouvia-a: dizia, que gostava de esperar, que a espera a resguardava da chuva, protegendo as luvas e os cachecóis por vender. Tinha um nome e um sorriso, a mulher que todos os dias esperava. Fazia-o de pé. Vestida de negro, a pele e os olhos claros fundiam-se na sombra. Sem se saber onde ela terminava e a sua viuvez começava.

Vendo chegar o autocarro, levava aos bolsos as mãos naufragadas, em busca de consolo. Vazios, faziam-na sentir o corpo pesado. A alma pesada, dizia, ao abrir as palavras para que delas saísse luz. A filha mais velha (que não tricotava) faria anos daí a dois dias. Queria uma viola. Uma viola azul para cantar à noite. Mas naquele Inverno ninguém parara na rua para comprar calor à viúva.

Sentada no autocarro, num banco frio, contava histórias – de meninices antigas – embalando com o olhar uma tristeza doce. A casa onde vivia seria vendida: haveria sempre violas para dar às filhas. O marido, que morrera de imprevisto, nunca era tocado. Também ele tivera nome mas, pela boca da viúva, era tão-somente conhecido como o morto. O seu morto. Aquele que enterrara no quintal da sua casa, junto ao limoeiro.

Custava-lhe vender a casa: dizia-o, com pesar. Até os mortos se vendem.