domingo, 19 de dezembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

A Alcoviteira



A cena da Alcovieteira aqui.

domingo, 7 de novembro de 2010

Frade [sistematização]



Também podes ver aqui.

Carta do Fidalgo a suas mulheres [Mónica Barros, 9.E]

Minhas caras mulheres:

Vos escrevo do Paraíso, pois  não tinha pecados e entrei na Barca da Glória, como seria de esperar,
Vou falar para ambas, que merecem saber tudo o que fui em vida.
Minha querida Isabel, tens nome de Rainha e, talvez por isso, achei que terias educação.
Mal morri, foste logo para os braços de outro, nunca tal  pensei. Quando estava em Terra, juravas ser só minha, e agora fazes-me isto?
Estou muito desiludido, por culpa tua quase ia parar ao Inferno.  Quando evaporares, por cá nos encontraremos...
E agora dirijo-me a si minha querida esposa. Não lhe vou mentir a si, vim para o Inferno, pecados era coisa que não me faltavam. Fiquei muito triste consigo, uma vez que  quando parti chorou de alegria, mas que horror, que desfaçatez. Afinal você não me amou? Por si fiz de tudo, até fui a um Onzeneiro pedir dinheiro para lhe comprar jóias.... Seu destino será  irmão do meu e do da minha concubina: o Inferno!

                            
                                                                                        Sem mais nada para dizer,       
Anrique        

sábado, 6 de novembro de 2010

Carta do Fidalgo a suas mulheres [Ana Rita, 9.A]


                                                                                                      Inferno, 20 de Junho de 1517

Mulheres da minha vida:

Morrer é muito difícil. As minhas acções nesse mundo não me salvaram do Inferno onde estou.
O Diabo disse-me que vocês não são quem eu achava. Pois … já sei o que andaram a fazer depois de eu morrer. 

Tu, minha mulher, a chorar de alegria pela minha morte… E tu! Minha amante, a correr para os braços de outro homem para procurar consolo e eu aqui, tão ingénuo! Eu  que pensava que ainda me amavam…

Nunca mais deixarei que uma mulher me trate assim, nem nesta vida (ou morte!?), nem na próxima.
Mas agora sei, para meu consolo, que vocês também viverão neste Inferno onde me encontro, como merecem. Cá vos espero…

Para a Eternidade
Anrique

Ana Rita Mendes Pinto
9ºA

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Slogans Infernais

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Slogans Infernais

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Slogans Infernais

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Viagens Infernais

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Slogans Infernais

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domingo, 17 de outubro de 2010

Maja



Francisco de Goya (1746-1828)

Especialistas supõem que as Majas tenham sido feitas por Goya, usando como modelo María del Pilar Teresa Cayetana de Silva y Álvares de Toledo, a duquesa de Alba, com quem o artista tinha intimidade. Uma autópsia realizada no corpo da duquesa confirmou as proporções pintadas por Goya.

(ver mais aqui)


Autópsia, Nuno Júdice


Limpo com um espanador a memória de Maria Teresa Cayetana da Silva, Duquesa de Alba, enterrada no Campo de Santo Isidoro, de onde foi exumada para autópsia em 1945, notando-se então a falta dos pés. Enterraram-na vestida, e é assim que o corpo surge na fotografia, com a mão direita visível e um esgar de dor na caveira. A nudez, aqui, pertence apenas à morte, que lhe aconteceu antes dos quarenta anos, como se a mais bela mulher de Espanha pudesse morrer de um dia para outro, sem razão aparente.Falou-se de veneno. Mas seu veneno era outro: o da beleza. Nua sobre almofadas, no quadro de Goya, os seios apontando horizontes do amor, o púbis sobressaindo de entre as coxas, na linha do umbigo, a duquesa de Alba nos fixa com os olhos desmaiados do prazer.A mão que se vê no túmulo segura, na tela, a cabeça. E o rito da morte é substituído por um sorriso de lábios fechados, num desafio a quem por ela passa, como se alguém pudesse resistir ao abismo que se abre sob seu braço esquerdo, onde se encontram o tecido e o torso. Nua e vestida, a duquesa de Alba está inteira. Olho para seus pés, onde cada um dos dedos, com as unhas perfeitas, não adivinha a mutilação póstuma, para relíquia ou simples descuido, o que não é grave: em algum juízo final, os restos se hão de colar. E Maria Teresa Cayetana da Silva, restituída a seu esplendor, se apresentará com o argumento com que a limpo, agora, do pó dos séculos: a beleza absoluta de seu corpo, o mais puro sinal de que merece a eternidade.

Matriz do Teste

Matriz Do Teste Gil Vicente

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

GAVE

No site do Gave a Terminologia adoptada na classificação de itens de instrumentos de avaliação externa  [documento aqui]

Reparem nos pés do diabo...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Onzeneiro


sábado, 9 de outubro de 2010

Fidalgo [sistematização]

Clica aqui.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

História da Língua Portuguesa

história da língua 9.º ano                                                            

Teste Diagnóstico (e cenários de correcção)

PROVA DE AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 9

sábado, 24 de julho de 2010

Rede




Expresso Única
24 Jul 2010

sábado, 19 de junho de 2010

Festival Infantuna

sexta-feira, 28 de maio de 2010

O eléctrico, João Pedro Mésseder

O eléctrico

É um avô com muita idade
Arrasta-se tossindo pelos trilhos
E pára, bufando, a descansar.

Nas descidas, porém,
Quem o segura?
Desliza com o olho muito aberto
A correr ninguém lhe chega perto.

Todos dizem
Que não vai aguentar,
Mas ninguém
O vê descarrilar.

João Pedro Mésseder

terça-feira, 20 de abril de 2010

domingo, 21 de março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

Gotta Keep Reading



(obrigada, prof. Anabela)

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Alfabeto | rios

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Tara Mcpherson

Tara Mcpherson foi uma das ilustradoras de que o Tiago Araújo nos falou. Ficam algumas ilustrações:

 

 

Mind Elvenpath - o blogue do Tiago Araújo

 




terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

As mãos ensanguentadas 7ºA


Aterrorizava os amigos nas ruas. Pessoas, quando havia tempo para amedrontar. Vendia desencanto para um Halloween que se imaginava medonho. Eduardo, à espera das vítimas, ouvia-o: dizia, que gostava de matar, que a morte o encantava muito, atacando os amigos e as pessoas que por ali passavam. Tinha uma foice e uma motosserra, o homem que todas as noites esperava. Vestido de negro, os dentes afiados e os olhos encarnados fundiam-se na escuridão. Sem se saber como a caçada começava e a vida acabava.
         Vendo chegar a vítima, levava à foice as mãos ensanguentadas, em busca de prazer. Vazias, faziam-no sentir o corpo cansado. A alma endiabrada, dizia, ao abrir os corpos para que deles saísse sangue. A vítima mais recente (que não falava) faria anos daí a dois dias. Queria paz e sossego. Paz e sossego para descansar à noite. Mas naquela noite ninguém andava na rua para se protegerem do psicopata à solta.
         Sentado num telhado, num telhado frio, pensava em histórias – de terror antigas – embalando com o olhar o sangue a fervilhar. A casa onde se refugiava seria atacada: haveria sempre utensílios para chacinar as vítimas.  A vítima, que morrera há pouco, nunca seria descoberta. Também ela tivera nome, mas pela boca do assassino, era tão-somente conhecida como mais uma vítima.  A sua última vítima. Aquela que deixara enterrada, no quintal da sua casa escura, junto ao cipreste.
Custava-lhe enterrar: dizia-o com o olhar. Até os animais se enterram.
7ºA

domingo, 31 de janeiro de 2010

Uma História de Espelhos, Lipograma


Um felino feminino com nome de flor, no espelho, vê os seus predecessores: um ser com super poderes que perdeu o seu instrumento de feitiço, um forte intruso  com pulso de ferro e um descendente de rei, mulher, triste com o seu destino. O ser felino, no seu trono morrinhento, sente-se um estorvo: ninguém o entende e por isso só quer comer pombo com gosto de sol. Felizmente, depois de muitos feitos, o felino ser percebe que todos nós temos estorvos, o que é preciso é viver contente.

Turma Rede 7.º F e 7.º E
Ana Teresa, Diogo, Joana (7.ºE)
Diogo, Rúben, Rui, Tatiana (7.ºF)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Cadáver Esquisito a partir de uma História de Espelhos, por Teresa, Joana e Diogo do 7.º E

O Pirata é azul
Papoila é rosa
A gata não é preta nem branca

O espelho serve para ver como estamos bonitos
O espelho serve para ver o nosso reflexo.
O espelho serve para nos vermos.

È no seu espelho que ela se vê como é.
É no seu espelho que vê os seus antepassados.
Uma princesa, uma fada e um pirata...

Pirata corajoso, forte e esperto.
Castanho era a cor de papoila: um castanho muito brilhante e claro...
Os três discutiam e ela ficava a ver.

Quem me dera encontrar a minha varinha mágica....

A Azul o Diogo.
A Rosa Choque a Joana.
E em Roxo a Teresa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Papoila...

A
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Conto envernizado | Denise, Inês Isabel, Cláudia. - 7.ºD

Era a terceira vez que aquele verniz encarnado e brilhante e aquela unha bem limada, se encontravam esteticista. Um verniz masculino, charmoso, sedutor, habituado a brilhar nas unhas mais belas das redondezas, e era uma unha jovem, educada, tímida, pouco conhecedora das maquilhagens da vida, ao contrário do verniz fanático por filmes de gloss e eyeliner...

O verniz gostou dessa situação: os dois sozinhos. O pincel cheio de verniz espalhou-se delicadamente pela unha. As outras unhas começavam a sentir algum ciúme daquela relação tão próxima... Mas o verniz não chegava para todas. O corta-unhas não aguentou a situação e combinou um plano com a acetona. Combinaram que a acetona teria de limpar todo o verniz daquela unha, para evitar problemas maiores.
Foi fácil, a acetona seduziu o algodão e este atacou a bela unha, que assim ficou deslavada, desconsolada, amargurada.

Denise, Inês Isabel, Cláudia. - 7.ºD

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

a partir de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes

As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes



O nome da viúva é Armanda, que queria arranjar dinheiro para concretizar o sonho das suas filhas…
Armanda pensou, pensou, mas não conseguia arranjar solução, a única solução que ela via era matar o seu marido para ficar com uma boa herança, que este havia escondido da sua esposa, porque a Armanda era muito vaidosa e andava sempre a gastar nas feiras e nos saldos, por isso mesmo o seu marido que escondeu que tinha essa herança.
Até que houve um dia que a Armanda lhe deu comida com veneno. Nesse mesmo dia, o senhor começou a sentir-se muito mal, e a mulher a fazer-se de vítima estava a chorar. O médico veio dar a notícia que o marido de Armanda tinha falecido mas que estava a fazer a autópsia para ver realmente a causa da morte.
Entretanto, chegou a família do marido da Armanda para dar os sentimentos à mesma, pensando eles que ela era inocente.
A Armanda muito preocupada que descobrissem que foi ela que o matou, disse aos familiares que tinha que ir embora porque as suas filhas estavam em casa sozinhas à sua espera. De seguida o médico ligou para a Armanda a dizer que ela tinha que ir lá urgentemente!
Armanda ao chegar ao hospital viu tantos polícias e então desviou caminho e fugiu. O médico na janela do hospital viu-a a fugir e foi atrás dela. Quando a conseguiu apanhar ligou para a polícia.
Armanda então foi presa e as suas filhas ficaram com a sua tia Madalena que lhes realizou os seus sonhos, que tanto ansiavam… A mais velha dizia que queria uma viola azul, mas ela e a irmã tinham um segredo… A viola azul era apenas um código… Viola azul era morte à mãe! E de facto a mãe não morreu, mas foi presa e condenada a prisão perpétua… E no fundo era a mesma coisa! Foi triste que o seu pai tenha falecido… Essa dor jamais iriam conseguir apagar dos seus corações!


7º A
Soraia Lopes, João Braga, Bruno Silva e Soraia Vieira.


Passados alguns dias, já a Polícia tinha descoberto como o homem tinha morrido. A conclusão a que a polícia chegou era simples: a mulher do falecido tinha um amante, que era carteiro e era também o vizinho da frente. O amante tinha uma encomenda para a sua amada; o carteiro tinha imensos ciúmes e estava furioso de ver a sua amada, com o marido. Foi então que resolveu, na altura da entrega da encomenda, quando o marido vinha assinar o aviso de recepção, que o carteiro tirou uma navalha do bolso e tentou dar-lhe um golpe no pescoço. O senhor como estava em pânico, foi até à janela, pedir ajuda e o amante, empurrou-o da janela e este caiu… O amante/carteiro, como ficou assustado, chamou uma ambulância, isto para fazer-se de despercebido… O marido não aguentou e morreu.
Esta foi a conclusão a que a polícia chegou… Tudo graças a uma vizinha prestável, que havia observado tudo da sua janela!

Bárbara Sequeira, nº 3
Hugo Carvalhais, nº 8
Hugo Santos, nº 7
Isabel David, nº 10

CSI CERCO

Um dia, o homem da vendedora descobriu que esta o traía com o lixeiro. Alguns dias mais tarde, a mulher descobriu que o homem sabia que ela o andava a trair. Por isso, a mulher e o amante, o lixeiro, queriam fazer desaparecer o marido. Quando anoiteceu… A mulher, servia o jantar, e sem o marido reparar colocou-lhe veneno na comida. O marido, após a refeição, começou a sentir-se um pouco maldisposto. Depois de tanto vomitar, acabou por falecer.
Quando a mulher deu conta que o seu marido estava já morto, arrastou-o até à cozinha e cortou-o às postas e meteu-o dentro de uma saca plástica. Então, depois de arrumar a cozinha, foi levar o lixo ao contentor e levou a dita saca, juntamente com outras.
Quando os lixeiros vieram recolher o lixo, o José, seu amante, fez imensa questão de recolher o lixo daquela casa, a casa da sua amante. Ao pegar nas sacas do lixo reparou que uma delas estava bastante pesada… Questionou a mulher sobre o facto, e esta respondeu-lhe baixinho: É o corpo do meu marido… Já o despachei…
O lixeiro entrou em pânico, mas acabou por deixar passar…
Alguns meses depois, descobriu-se que a mulher matou mesmo o seu marido e esta foi condenada à morte. As suas duas filhas ficaram com toda a herança.
A propósito! O homem enterrado no quintal era o pai da mulher… Esta também o matou quando era mais nova…


Cecília nº6
Artur, nº11
Joaquim, nº 14

a partir de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes

a partir de As mãos naufragadas, de Beatriz Hierro Lopes

Vendia peixe na rua. Gelados quando havia tempo para os fazer. Vendia frescura para um Inverno que se imaginava quente. Raquel, à espera do autocarro, ouvia-a: dizia, que gostava de esperar, e que a espera a resguardava do sol, protegendo os gelados e os peixes do sol. Tinha um nome e um sorriso, a mulher que todos os dias esperava. Vestida de branco, a pele e os olhos claros fundiam-se na sombra. Sem se saber onde ela terminava e a sua diversão começava.
Vendo chegar o autocarro, levava a mão à cara, para a limpar, em busca de fresco. O calor fazia-a sentir o corpo pesado. A alma pesada, dizia, ao abrir as palavras: “No mar há várias belezas… Há rochas, pescadores, barcos, sereias, tubarões, baleias, peixes, algumas gaivotas, estrelas-do-mar, entre outros… Mas também há lixo.” A filha mais velha (que não trabalhava) fazia anos daí a dois dias. Queria uma estrela-do-mar. Uma estrela-do-mar amarela, que corre nas águas frias do mar. Mas naquele Verão ninguém ficava em casa; alguns preferiam ir para a areia fina da praia ou ver os corais que ficam nas superfícies da Afurada.
Sentada no autocarro, num banco quente - contava histórias de meninices antigas – em que os meninos brincavam à beira da nascente, ali perto. A casa onde vivia seria vendida: haveria sempre estrelas para dar à filha. O marido que morrera de imprevisto, nunca era tocado. Também ele tivera nome mas, pela boca da viúva, era tão-somente conhecido como o morto. O seu morto. Aquele que enterrara no quintal da sua casa, junto ao lindo limoeiro.
Custava-lhe vender a casa: dizia-o, com pesar. Até os mortos se vendem.

Nádia Monteiro, nº13, 7ºA


Vendia quadros de sereias, baleias, nascentes, estrelas-do-mar, corais, barcos e algas. Nessa rua onde vendia, à minha beira, havia um caixote do lixo, muitas rochas e areia. Esse sítio onde vendia, não era de agrado.
Catarina, à espera do autocarro, ouvia-a: dizia que gostava de esperar, que a espera a resguardava da chuva, protegendo os seus quadros por vender. Vestida de branco, o seu casaco tinha desenhos de peixes, gaivotas e de água; a pele e os olhos claros fundiam-se na sombra. Sem se saber onde ela terminava e a sua viuvez começava.
Vendo chegar o autocarro, levava aos bolsos as mãos naufragadas, em busca de consolo. Vazios, faziam-na sentir o corpo pesado. A alma pesada, como um tubarão, dizia, ao abrir as palavras para que delas saíssem luz. A filha mais velha, que não vendia quadros, faria anos daí a dois dias. Queria uma viola. Queria uma viola azul para cantar à noite, na Afurada. Mas naquele Inverno, ninguém parava na rua para comprar calor à viúva.
Sentada no autocarro, num banco frio, contava histórias sobre pescadores e meninas antigos, embalando com o olhar, uma tristeza doce. A casa onde vivia seria vendida: haveria sempre violas para dar às filhas. O marido, morrera de imprevisto, nunca era tocado. Também ele tivera nome, mas pela boca da viúva, era tão-somente conhecido como o morto. O seu morto. Aquele que enterrara no quintal de sua casa, junto ao limoeiro.
Custava-lhe vender a casa; dizia-o com pesar. Até os mortos se vendem.

Ricardo, nº15, 7º B

domingo, 17 de janeiro de 2010

Conto Spray | Hugo Sousa e Filipe Machado, 7.ºC



Era a terceira vez que a lata e a parede se encontravam na casa do monte,. Era uma lata masculina, forte uma cap level 9, e ela, a parede era novinha, intacta, pronta a ser vandalizada.
A lata era bem conhecedora de todos os recantos da cidade. A lata gostou desta situação: os dois sozinhos, num lugar isolado, sem ninguém ter hipótese de chamar a polícia, e sem perder essa oportunidade começou a pintar a parede.
Quando a parede estava bem colorida, sem ninguém poder estragar o trow up, a chuva começou a insinuar-se: primeiro devagar depois violentamente. Felizmente, paredes não faltam....
Hugo Sousa  nº9  e Filipe Machado  nº11, 7.C


sábado, 16 de janeiro de 2010

Conto Escolar | Tatiana - 7.C

Conto Escolar | Tatiana - 7.C
        
Era a terceira vez que o apagador e a caneta se encontravam  no quadro. Um apagador macho, com aspecto limpo , com alguns anos bem vividos na escola. A caneta , com uma escrita suave , nova , brilhante. Era simpática , amiga ao contrário dele: com todos os vícios de apagador, pouco  ingénuo e já com grandes apagadelas.
      O apagador gostou da situaçao em que os dois se encontravam , numa sala,os dois juntos depois de uma aula. Sem perder tempo o apagador começou a insinuar-se e a tentar convencer , a caneta a dar um riscos atrevidos. A situação estava a correr bem , porém a campainha toca e acabou o curto  diálogo  entre riscos e apagadelas.  Mas desta vez, depois da aula , a caneta e o apagador  ficaram um num quadro e outro no outro .Nenhum deles abriu a boca estiveram quase o dia todo sem conseguirem comunicar....
     De repente o apagador ganha coragem e  decide falar com ela. A  conversa prolongou-se por muito tempo, até que chegaram uma conclusão: os dois poderiam partilhar o mesmo quadro nas  aulas que ai se aproximavam.

Tatiana Oliveira, 7ºD

Conto Pintado | Sílvia, Joana e Cláudia 7ºC

 Conto Pintado | Sílvia, Joana e Cláudia  7ºC
 

Era a terceira vez que aquele pincel e aquela tinta se encontravam na paleta. Um pincel masculino, com um aspecto viril, com alguns meses bem vividos pelas paredes da vida. E a tinta era bem garrida, feminina, rosa-choque, mas com um maravilhoso brilho. Era timida, forte, muito atraente , enquanto ele era  era muito activo, com um ar elegante e muito corajoso.
O pincel gostou dessa situação: os dois numa tela, sem  ninguém esborratar nem atrapalhar. E sem perder essa oportunidade começou a pintar.
A tinta deixou a paleta de parte e permitiu esse pequeno momento colorido. De repente a tinta acaba e o pincel fica só. Muito triste e deprimido, deixou cair uma lágrima rosa-choque sobre a paleta e a forte tinta ganhou vida. Depois desse momento o pincel e a tinta recomeçaram uma vida cheia de cor pelo mundo fora.
 
Sílvia, Joana e Cláudia  7ºC

Conto Penteado | Maria e Sónia, 7.E


      Conto Penteado | Maria e Sónia, 7.E

       Era a primeira vez que se encontravam no salão de beleza. A escova tinha vindo da fábrica e o champô do supermercado.
      A escova tinha muita ambição, pois a sua família já penteara as mais importantes das celebridades a nível mundial, tais como Paris Hilton, Beyonce e até o rei da Pop já tinham penteado.
O champô sentia-se descontente, pois de todas as marcas “importantes” de champô, ele era da marca do supermercado. Sentia-se humilhado, pois o seu cheiro era o menos agradável e causava muita caspa nas pessoas.

         Bem, voltando à história, enquanto o dono do salão tirava a escova da embalagem apercebeu-se de que esta estava  danificada. A escova sentia muitas emoções, pois. por um lado,  queria conhecer o champô e estar na melhor prateleira do salão, mas por outro lado queria pentear várias pessoas.
O dono “juntou-os” na prateleira principal. Ambos dfcaram a conhecer-se e conversaram, até que se apaixonaram e até se  esqueceram que iam passar o resto da  vida na prateleira.
Vviveram fechados e cheios de pó, mas, apesar de tudo,  felizes para sempre, como nas histórias.

Maria Margarida e Sónia, 7.E

As mãos ensanguentadas | 7.º A

As mãos ensanguentadas
(inspirados em Beatriz Hierro Lopes)


Aterrorizava os amigos nas ruas. Pessoas, quando havia tempo para amedrontar. Vendia desencanto para um Halloween que se imaginava medonho. Eduardo, à espera das vítimas, ouvia-o: dizia, que gostava de matar, que a morte o encantava muito, atacando os amigos e as pessoas que por ali passavam. Tinha uma foice e uma motosserra, o homem que todas as noites esperava. Vestido de negro, os dentes afiados e os olhos encarnados fundiam-se na escuridão. Sem se saber como a caçada começava e a vida acabava.

         Vendo chegar a vítima, levava à foice as mãos ensanguentadas, em busca de prazer. Vazias, faziam-no sentir o corpo cansado. A alma endiabrada, dizia, ao abrir os corpos para que deles saísse sangue. A vítima mais recente (que não falava) faria anos daí a dois dias. Queria paz e sossego. Paz e sossego para descansar à noite. Mas naquela noite ninguém andava na rua para se protegerem do psicopata à solta.

         Sentado num telhado, num telhado frio, pensava em histórias – de terror antigas – embalando com o olhar o sangue a fervilhar. A casa onde se refugiava seria atacada: haveria sempre utensílios para chacinar as vítimas.  A vítima, que morrera há pouco, nunca seria descoberta. Também ela tivera nome, mas pela boca do assassino, era tão-somente conhecida como mais uma vítima.  A sua última vítima. Aquela que deixara enterrada, no quintal da sua casa escura, junto ao cipreste.

Custava-lhe enterrar: dizia-o com o olhar. Até os animais se enterram.


7.º A | Prof. Armanda Costa