domingo, 13 de março de 2011

Episódio de Inês de Castro: Alteração à História por Mónica Barros, 9.ºE


D. Afonso decidiu perdoar D. Inês, pois D. Constança já estava morta e ele tinha a certeza que D. Pedro não amaria mais ninguém senão a bela Inês.
            Depois da permissão de D. Afonso, Inês e Pedro casaram. Pelo que dizem, foi um dos casamentos mais lindos da história, com milhares de pessoas de todas as classes sociais.
            D. Inês estava vestida com as roupas belas e caras da história de Portugal, ela agora era completamente uma rainha. D. Inês e D. Pedro já tinham três filhos ( D. João, D. Henrique e D. José) e decidiram ter uma menina (D. Beatriz).
            Passaram anos de felicidade juntos, mas D. Inês, passados 20 anos de casamento, descobriu que D. Pedro a traia com a sua aia. Este acontecimento relembrou-lhe o passado e sentiu finalmente na pele o que D. Constança sentiu.
            Carregando um enorme sentimento de culpa, D. Inês saiu de casa com a sua filha Beatriz, já com 19 anos, e foram para a terra natal da bela Inês – a Galiza. Inês já tinha 42 anos, já não era propriamente jovem, e sabia que mais cedo ou mais tarde iria morrer, por isso, deixou uma carta de despedida onde dizia que sempre amou Pedro, mas se não saísse do castelo agora, morreria a sentir-se culpada.
            D. Pedro desesperou ao ler aquela carta e mandou todos os soldados do país procurar D. Inês e D. Beatriz.
            Passaram-se anos e anos, até que, numa noite chuvosa de Dezembro, aparece uma formosa mulher na porta do castelo que tinha enormes parecenças com D. Inês. Ela quando vai falar com D. Pedro, já velho e doente, ele repara logo nas visíveis semelhanças com a sua amada Inês. Ele perguntou-lhe quem ela é e de onde veio. Ela respondeu-lhe que é sua filha, Beatriz, e traz-lhe a notícia de que Inês morreu.
            D Pedro não aguenta, seu coração começa a bater mais forte, até que ele cai sem reacção no chão.
            Morreu de amores, é o que diz …….
Mónica Barros, 9.ºE

INÊS E PEDRO: QUARENTA ANOS DEPOIS | Ana Luísa Amaral


 

INÊS E PEDRO: QUARENTA ANOS DEPOIS

É tarde. Inês é velha.
Os joanetes de Pedro não o deixam caçar
e passa o dia todo em solene toada:
«Mulher que eu tanto amei, o javali é duro!
Já não há javalis decentes na coutada
e tu perdeste aquela forma ardente de temperar
os grelhados!»

Mas isto Inês nem ouve:
não só o aparelho está mal sintonizado,
mas também vasto é o sono
e o tricot de palavras do marido
escorrega-lhe, dolente, dos joelhos
que outrora eram delícias,
mas que agora
uma artrose tornou tão reticentes.

Inês é velha, hélas,
e Pedro tem caibras no tornozelo esquerdo.
E aquela fantasia peregrina
que o assaltava, em novo
(quando as chama era alta e o calor
ondeava no seu peito),
de ver Inês em esquife,
de ver as suas mãos beijadas por patifes
que a haviam tão vilmente apunhalado:
fantasia somente,
fulgor que ele bem sabe ser doença
de imaginação.

O seu desejo agora
era um bom bife
de javali macio
(e ausente desse horror de derreter
neurónios).
Mais sábia e precavida (sem três dentes
da frente),
Inês come, em sossego,
uma papa de aveia.

 Ana Luísa Amaral,  Inversos

Gato Fedorento / Batalha de Aljubarrota

sábado, 12 de março de 2011